sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Enquanto isso, naquela estação...

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PAPO CARIOCA


metrô é "manêro"
mas - se liga aí -
o ritmo é bruto

decida-se ligeiro:
chegar e partir
é coisa de minuto


Para entender o poeminha besta, observe a cena e seus movimentos nesta e nas fotos seguintes.


Repare principalmente o tempo que corre inevitável. 
No relógio digital no centro da imagem são 17:48h

  

Os trens páram para o entra e sai de pessoas.
O relógio digital ainda marca 17:48h


Os trens partem. E o tempo...
Ah... o tempo passa num piscar de olhos.
Agora são 17:49
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As fotos mostram segundos entre embarque e desembarque de passageiros numa estação do metrô no centro do Rio de Janeiro, onde milhares de pessoas se cruzam diariamente, indiferentes . A cidade foi privilegiada pela natureza, mas seu povo leva uma vida de trabalho e correria, coisa comum a quem vive nas médias e grandes cidades brasileiras.


Mas enquanto o tempo corria veloz na estação...


... alí bem perto, numa praça central da mesma cidade metropolitana, uma garça branca entretida com um peixe improvável espreitava o espelho d'água de um chafariz inativo, camuflada entre os reflexos (perceberam?) ...


...e um homem desconhecido dormia ao relento na tarde fria, quase aos pés de uma estátua de Gandhi...



gigante imponente
Mahatma Gandhi
é triste e indiferente

mudo caminhante
só encara
quem lhe encara

estático na praça
ensaia um passo
mas não passa

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Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido por Mahatma (do sânscrito "grande alma") Gandhi. Um dos idealizadores e fundadores do moderno estado indiano e um influente defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução. Frequentemente Gandhi afirmava a simplicidade de seus valores, derivados da crença tradicional hindu: verdade (satya) e não-violência (ahimsa).