sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

BALANÇO NA ALDEIA

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A vida é um eterno balanço.
Tem a leveza de um menino.
Ainda estou a me acostumar.

FOTO - Criança XERENTE brincando em balanço / Apoena Rezende

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

APOSTA DE PATOS

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Já viram aposta de patos? Eu já. 
A preferida deles é "medir fôlego".


Outro dia flagrei dois mergulhando diante de um terceiro pato que os observava (no canto inferior direito da foto, perceberam?). Este era o juiz da aposta.


Já estes três mediam fôlego sem pato fiscal. Estavam despreocupados com a possibilidade de um dos competidores tirar a cabeça da água, na malandragem, para só mergulhar novamente quando algum dos demais fosse entregar os pontos. Havia uma razão para isso...


O juiz era este mico que, do alto de um galho, se declarou fiscal da aposta.

Como sei que os patos apostavam?! Ora. Pela declaração sincera do mico e por ter feito o primeiro flagra bem no instante em que o pato fiscal gritava "quaaac!!!", ou seja, "valeeendo!!!".

Pois é. Qualquer dia volto pra contar outra.
Invento e até aumento, mas não escondo nada.


Até!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

ASSUSTANDO LAGARTA

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A lagartinha estava comendo folhas do pé de acerola.


Com cara de reprovação, questionei em  bom lagartês:

- Bonito né?! Tanto mato por aí dando sopa e você no meu pomar. 
Rum! Por que não vai pastar noutra freguesia?!

Como não respondeu, resolvi assustá-la:

- Buuuu!!!


Se arrepiou inteira, mas nem me deu bola.
Seu ar de assustada tinha um quê de "nem me toque!"

Mostro as fotos como prova.
Converso com coisas, plantas e bichos.
Invento e até aumento, mas não escondo nada.

domingo, 14 de novembro de 2010

VIDA PASSARINHA


Acordei com o canto das rolinhas. No muro do quintal, duas saudavam animadas o novo dia...
- fogo pagô!!! fogo pagô!!!
A luz do sol, bola de fogo no horizonte,
era como manto quente.


Bundinha empinada, uma iniciou sessão de alongamento.

 

Alongou asa e perna direitas.


Fez o mesmo com o lado esquerdo.


Ajeitando penas, pacientemente, as duas tomavam banho de sol
em posições alternadas: ora de frente, ora de costas...

Camuflado entre galhos num canto do muro,
fotografando, ouvi a que me encarava perguntar ao par baixinho: 

- Quem é aquele besta que tanto nos repara?

A resposta da outra veio em tom mais alto, talvez propositalmente: 

- Sei lá! Gente é bicho curioso e metido a inteligente;
mas ainda não aprendeu levar vida passarinha.

Pois é. Ao amanhecer, se alongue, tome sol, cante... como passarinhos.

Ah. Eu invento e até aumento; mas não escondo nada. 

Até!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

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ABELHA VERDE


Tentei fazer uma daquelas fotos em que a gente congela e eterniza o bicho no ar. Sei que nao ficou das melhores. Ainda chego lá.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

TIRO AO ALVO

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Flagrei o pássaro num “tiro ao alvo”. Perceberam a gosminha
saindo veloz do fiofozinho (pronuncia-se fio... zinho) dele?
Pois é. Era assim mesmo que ele "atirava".


O alvo da ave real era uma falsa ave: na verdade, 
folhas que estrategicamente imitavam ou pássaro:
um pombo, vejam...

 

E então... Parece?!

O quê? Se o atirador acertou o alvo?
Ora. Não perceberam  as marquinhas?

---------------GLOSSÁRIO------------------


Fiofozinho - Diminutivo de fiofó, o mesmo que cloaca. O termo também é usado para denominar aquele "escape" humano que, como todos sabem, tem uma infinidade de apelidos. Mas isso já é outro papo.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Não caia na dos perus. São uns gaiatos. Juro!

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BESTA É TU!


eu é que não assovio
para atiçar o peru

se a gente vai de fiu-fiu!
ele vem de glu-glu-glu! 

o que traduzido a fio
só pode ser “besta é tu!”

Evite pelejar com perus, assoviando para que respondam. Desengonçados teimosos, tiram sarro da cara da gente. São capazes de passar uma vida inteira respondendo “Besta é tu!” a quem assovia para eles. Pior é que, depois, contam orgulhosos para os outros bichos:

- Peguei mais um besta! Peguei mais um!

Ah. Não duvidem de que traduzo o que dizem os bichos. Também não encabulem com este meu velho e já manjado mote: invento e até aumento, mas não escondo nada.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

ENQUANTO EU MEDITAVA

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Meditando no quintal de manhã, presenciei conversinha acirrada de formigas disputando a vez de carregar um broto, gigantesco para o tamanho delas...



- Força, suas molengas!
- Quem é molenga?
- Pega que tá pesado!
- Que olho grande cortou isso, afinal?
- ISSO não... ISTO!
- Ah, nem vem com aulinhas de formiguês. Quem cortou isso?
- E eu é que sei?
- Segura!
- Então larga!
- Deixa comigo!
- Quem não pode com o pote não usa a rodilha...
- Já falei. Deixa comigo!!!


Como numa daquelas corridas de tora, em que um índio passa o peso ao ombro de outro, elas se revezavam carregando o broto.


Mas as formigas não eram só as envolvidas naquele papo. Também não era só um broto que elas carregavam. Numa espécie de trilha de mão dupla, uma infinidade delas se cruzavam em ritmo acelerado. Como militares em marcha, entoavam o tradicional canto/mantra... um!... dois!... três!... quatro!!!.  De vez em quando, uma ou outra empolgada alardeava:

- Arrocha que lá vem chuva, negrada!!!

Rum! Agora sei quem está detonando árvores novas no quintal.

Mostro as fotos pra não ficar de mentiroso.
Invento e até aumento, mas não escondo nada.

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PELEJA VEGETAL



coisa que não se mede
é peleja de tronco e cipó

enquanto um cede
outro arrocha sem dó

domingo, 24 de outubro de 2010

QUEM ASSOBIOU?!





Sob vigília da corujinha caburé, Brutus tem sido um parceirão na descoberta de pequenos seres no quintal; mesmo já tendo levado broncas por alarmes falsos, principalmente quando cisma com um gato gaiato que faz do muro passarela. Arisco, faceiro, provocador, o de rabo anelado adora inticar com meu cão, que late, late e late. Um dia ainda futuco esse bichano. Pra dentro do quintal, claro. Assim, dou a Brutus a oportunidade de mostrar ao felino quem pode mais no chão.

Mas isso já é outro papo. O que quero contar é um fato inusitado. Sei que muitos não vão acreditar...




Ontem, Brutus fez cara de sério procurando o autor de um assobio insistente; daqueles que a gente faz levando dedos à boca...

- Fiiiuuuiiii!!!

O chamamento vinha do pé de bambu.

- Au... au... au! (vem cá ver!), disse meu cão, em guarda. Fui lá pra ver de perto.



Era este inseto que flagrei bem na hora em que caprichava em mais um assobio...

- Fiiiuuuiiii!!!  

Quando me viu, "dedos" na boca, todo acanhado, emudeceu. Sequer teve como esconder o gesto. Ri frouxamente da situação. Tanto que quase não firmei o fôlego pra fazer a foto que agora mostro a vocês como prova.

Ah! Invento e até aumento, mas não escondo nada. 

----------GLOSSÁRIO----------

Inticar - O mesmo que provocar, pirraçar, atiçar, tirar onda.
Na funçao adjetiva, o verbo deriva o termo intiquento, ainda bastante falado por populares no Norte e Nordeste do Brasil.

Acanhado - O mesmo que envergonhado por ser pego de surpresa, flagrado em alguma situação.
Nestes casos, é comum o uso da expressão perder o rebolado para designar ficar acanhado.
O termo significa também tímido
Ex: O autor deste blog é um sujeito acanhado.

Até!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010



 Curta a sequência e prepare-se para um
passatempo


se encurralar, o bicho encara.


se piscar, o bicho some.

E agora...
mais um PASSATEMPO da séria série...
"Nem me viu!"


Na foto acima, há mais que talos verdes peludos e vagens deste "feijaozinho" do mato, como se vê nos dois detalhes da mesma foto, logo abaixo...



Pois é...

Alheios a qualquer ciência,
os bichos bolam disfarces
e não se mostram assim fáceis
a quem não tem paciência.

Sabem eles que, entre pigmentos,
ganham forma e dom de segredar.
Pra vê-los há que silenciar,
ouvir e espreitar movimentos.

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Agora respire fundo e apure bem a vista. Entre pedrinhas e gravetos na próxima foto, há um GRILO.


Desencabule se ainda nao achou o grilo. Mire bem no centro da imagem; antes que ele salte da foto pra lhe assustar tirando onda:

- Ih... Nem me viu!!!

Sim. Digo isto porque foi justo assim que o tal se mostrou pra mim, pedindo pra ser fotografado. Taí a imagem como prova.

Eu invento e até aumento, mas não escondo nada.

PS - Outras imagens que fiz do mesmo gênero foram publicadas AQUI em janeiro de 2010. 

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

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Aqui pra vocês, ó...

Esse aí deu língua pruns gaiatos que o apelidaram de "prego" enquanto eu fazia o retrato. Fiz a foto bem na hora do ato.

Podem acreditar... dar língua é também um gesto comum entre estes nossos parentes.

Eu invento e até aumento, mas não escondo nada.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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assim na água...


 como no céu

sexta-feira, 24 de setembro de 2010


  
Sabe quando dois se encaram naquela de ‘não sei se vou ou se fico’?




Pois é. Depois eu volto pra contar o que me falou o mico.

Ah. Converso com coisas, plantas e bichos.
Invento e até aumento, mas não escondo nada.
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do céu ao chão da praça
tá asssim de flor de ipê


uma multidão passa
mas pouca gente vê


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

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ó gota...


não caia

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quem paira?!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

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depois das queimadas vem
chuvas como bálsamo
sarar a terra nua

e brota o verde entre tons
bichos tostados
árvores mortas

como a vida da mata
que renasce das cinzas
o amor em mim
- planta em solo frágil-
também rebrota

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

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aonde vais, dona formiga,
levando mais que pra barriga?
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ora bolas, não desista!
a realidade não engana:
o mundo é capitalista
e até merda dá grana.

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Uma homenagem sarcástica ao MERCADO,
este monstrengo cavernoso, arrogante e insensível que acha que em todos manda e tudo pode.
'Destá'...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

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Olha o boto!



Para muitos, contemplar nuvens pode parecer ofício de lunático, coisa de desocupado. Eu penso que não é bem assim. Ser e estar contemplativo também faz parte.


Dia desses, espelhando-se num lago, um bloco de nuvens se mostrou pra mim como se exclamasse... 
- Olha o boto!!!
Fiz a foto pra mostrar como 'prova'. Passo por lunático, mas não por mentiroso. Converso com coisas, plantas e bichos. Invento e até aumento, mas não escondo nada.

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Ah...

Nuvens são seres de alma lúdica. Costumam se agrupar em formações interessantes para chamar a atenção. Mas só se mostram a quem se abstrai de vez em quando, a quem nunca mata em si o menino.

BOTO é uma espécie de golfinho de água doce, ainda comum nos rios amazonicos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

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Já disse que converso com
coisas, plantas e bichos, né?
Pois é...
 

Estou adestrando um filhote de coruja kaburé que nasceu no quintal. É meu novo bichinho de estimação. Ele adora cafuné.


Como um papagaio ensinado, já 'dá o pé'. Ainda não fala, claro, mas presta muita atenção. 
Mostro as fotos pra não ficar de mentiroso.
Eu invento e até aumento, mas não escondo nada.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010


terça-feira, 17 de agosto de 2010

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escuta...



quinta-feira, 12 de agosto de 2010

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ADESTRANDO CÃES

Criei uma ninhada de hotwailler. Dez moleques arteiros. Aos filhotes ensinei muitas brincadeiras, entre elas jogar futebol. A "meninada" pegou a manha rapidinho...


Este flagra, por exemplo, fiz bem na hora em que o cãozinho que dominava a pelota, caprichando num drible, dizia animado:  

- Ah, moleeeque!!! 

Luta livre foi outra brincadeira que ensinei a eles. Mas isso deu um certo trabalho. Se mordiam muito, geralmente em pegas grupais, o que acabava em confusão, choro e apelação.

Tive que disciplinar a intensidade das mordidas e convencê-los de que as pelejas tinham que envolver somente dois filhotes de cada vez. A regra imposta foi a seguinte: enquanto dois se pegassem, o próximo lutador só prestaria atenção.




 
Convencionei que os mais disciplinados receberiam agrados, como afagos e brinquedos, enquanto os mais desatentoss as regras ficariam de castigo num canto, como este aí da próxima foto, que a turma apelidou de 'Resmungão'.


Resmungão cismou tanto com o apelido que vivia esparramado nos cantos, desconfiado. Só voltava à brincadeira com pedidos de desculpas e muita adulação.

Conto mostrando as fotos, que é pra não ficar de mentiroso.
Invento e até aumento, mas não escondo nada.