Meditando no quintal de manhã, presenciei conversinha acirrada de formigas disputando a vez de carregar um broto, gigantesco para o tamanho delas...
- Força, suas molengas!
- Quem é molenga?
- Pega que tá pesado!
- Que olho grande cortou isso, afinal?
- ISSO não... ISTO!
- Ah, nem vem com aulinhas de formiguês. Quem cortou isso?
- E eu é que sei?
- Segura!
- Então larga!
- Deixa comigo!
- Quem não pode com o pote não usa a rodilha...
- Já falei. Deixa comigo!!!
Como numa daquelas corridas de tora, em que um índio passa o peso ao ombro de outro, elas se revezavam carregando o broto.
Mas as formigas não eram só as envolvidas naquele papo. Também não era só um broto que elas carregavam. Numa espécie de trilha de mão dupla, uma infinidade delas se cruzavam em ritmo acelerado. Como militares em marcha, entoavam o tradicional canto/mantra... um!... dois!... três!... quatro!!!. De vez em quando, uma ou outra empolgada alardeava:
- Arrocha que lá vem chuva, negrada!!!
Rum! Agora sei quem está detonando árvores novas no quintal.
Mostro as fotos pra não ficar de mentiroso.
Invento e até aumento, mas não escondo nada.